domingo, 28 de novembro de 2010

PIBIC: Primeiras interrogações de campo

Os dois alunos do PIBIC-CNPq/UFPB do GREI - Grupo Interdisciplinar de Estudos em Imagem, que atuam na pesquisa "A fotografia e os seus silêncios", sob a orientação do Prof. Dr. Mauro Guilherme Pinheiro Koury, foram chamados para realizarem os seus primeiros textos de campo, com questionamentos metodológicos sobre as descobertas e caminhos do trabalho de campo em andamento.
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Neste momento, o Blog do GREI publica o primeiro trabalho, do aluno bolsista PIBIC do GREI Emerson Cunha. Emerson Cunha está vinculado ao subprojeto: "Inventário sobre fotografia e fotógrafos na cidade de João Pessoa (PB) na atualidade", da pesquisa "A fotografia e os seus silêncios". A seguir o texto:

Fontes legitimadas ou legitimadoras? Primeiras questões metodológicas no trabalho de campo sobre a fotografia e os fotógrafos da cidade de João Pessoa, PB

Emerson Cunha (Bolsista PIBIC do GREI)

Este trabalho faz parte de um subprojeto sobre “fotógrafos, agencias e curadores da cidade de João Pessoa, PB, nos últimos 10 anos, que integra a pesquisa maior “A fotografia e os seus silêncios”, coordenada pelo Prof. Dr. Mauro Guilherme Pinheiro Koury, no GREI – Grupo Interdisciplinar de Estudos em Imagem, de onde sou bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq e Universidade Federal da Paraíba - UFPB.

A nossa pesquisa tem relativo pouco tempo, apenas quatro meses - setembro a novembro de 2010 -; no entanto, na busca de informações, vislumbramos alguns problemas de ordem metodológica que nos suscitou questionamentos dentro da pesquisa maior.

A princípio, buscamos reunir nomes de pessoas que trabalham com fotografia na cidade de João Pessoa; de início, pensamos em um rol de cinco categorias, que vai além do título específico de fotógrafo/fotógrafa: fotógrafos amadores; fotógrafos profissionais; fotógrafos artistas e artista que se utilizam da fotografia na sua principal arte. Esse rol, claro, deve ser revisto a cada procedimento da pesquisa, para ser ou não confirmado, mas já apontando, desde então, que, no caso de nossa cidade, não são categorias fechadas em si; muitas dessas pessoas podem se inserir em mais de uma categoria, e muito dificilmente em apenas uma.

No angariar desses nomes, tivemos dificuldades em encontrar uma entidade ou instituição que tivesse os nomes e contatos das pessoas que trabalham com fotografia catalografados e regulamentados formalmente. Decidimos optar por demais fontes: galerias de arte, locais de exposição, entidades de fomento à produção de artes visuais, fotógrafos de trabalho reconhecido na cidade, professores e produtores de arte. Foi interessante esse fato, pois nos suscitou um questionamento metodológico: que entidades podem ser consideradas legitimadas na pesquisa a ponto que as informações que nos repassem sejam críveis? Como não há uma entidade de legitimação forma (jurídica, oficial, etc.), a legitimação se daria a partir de sua relevância social em identificar quem pode ou não ser considerado fotógrafo/fotógrafa na cidade; faria parte da pesquisa também identificar de que modo determinada instituição ganhava legitimidade no seio cultural e social para identificar e indicar sujeitos enquanto fotógrafos.

Não foi trabalho fácil, tendo em vista que, com a profusão de imagens produzidas (a partir da popularização das câmeras digitais compactas) e veiculadas na internet, relativamente recentemente, diferentes entidades e instituições tem angariado esse poder legitimador. Não são mais as mesmas, não constituem a mesma atuação e natureza que há dez ou vinte anos atrás. Com novos tipos de sociabilidade originados ou catalisados pela Internet, outras instituições se tornam tão ou mais importantes para essa identificação do trabalho fotográfico.

Outro questionamento a cada passo da reunião de nomes e contatos foi sobre de que forma essas instituições identificam o sujeito fotógrafo. São pessoas que simplesmente produzem? São pessoas que já expuseram em algum espaço (e que espaço pode ser considerado nesse sentido)? Elas se colocam como fotógrafas, buscam espaços de divulgação de trabalho? São profissionais ou artistas? Quanto tempo de trabalho carregam? São perguntas que ainda deverão ser respondidas, pois dizem sobre como é visto o trabalho fotográfico na cidade de João Pessoa, e de que forma ele se forma enquanto meio de sociabilidade de resultante de sociabilidades distintas.

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